"OBRIGADO DEUS PELA VIDA,PELA MINHA FAMILIA,PELO TRABALHO,PELO PÃO DE CADA DIA,PROTEGENOS DO MAL"

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BLOG DO ENG. ARMANDO CAVERO MIRANDA -BRASIL


terça-feira, 25 de agosto de 2015

ALEXANDER ARBIERTO MENDOZA MATEMÁTICO PERUANO MEMBRO DA ACADEMIA DE CIÊNCIAS DO BRASIL ( ABC)



Matemático...ou DJ? 

 Nascido em Lima, Peru, em 1978, Alexander Arbieto se mudou para o Brasil aos cinco anos com a família, porque o pai veio cursar o mestrado em Matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Depois de concluída essa etapa, seu pai foi aceito para o doutorado no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu sua irmã. Alexander gostava de jogar basquete, mas no Brasil vigorava o futebol. Voltou-se então para o pingue-pongue e o totó. Era um menino que gostava de ler e tinha especial interesse em videogames e em animação japonesa - os animes, dos quais gosta até hoje. Sempre se interessou por Matemática: com o apoio da mãe, comprava livros escolares de séries mais avançadas, que "consumia" como entretenimento.

A força da vocação

 Ainda no ensino fundamental, Alexander descobriu alguns livros de cálculo e começou a aprender por sua conta a derivar e integrar funções, resolver equações diferenciais, sem muito rigor. Mas, quando tinha 12 ou 13 anos, registrou um fato decisivo para sua futura escolha de carreira. Um dia, foi procurar seu pai no IMPA e, tentando encontrá-lo através dos vidros das portas das salas de aula, viu num quadro-negro algumas derivadas e integrais, que lhe chamaram a atenção. Conta que pensou: "Ah! Então é aqui que ensinam aquelas coisas!" E acabou entrando na sala de aula. Evidentemente não entendeu nada, pois era um curso de verão chamado "Análise na reta", que tratava do cálculo com todo o rigor matemático. Mas o que entendeu da aula e o fascinou foi o fato de lá existir uma certa "busca pela verdade". "Lembro que o professor se esforçava muito em alertar os alunos sobre certos argumentos que poderiam estar errados e levar a afirmações falsas. De fato, foi a primeira vez que ouvi o termo 'contra-exemplo'", relata Arbieto. O menino se informou sobre a próxima edição do curso de verão e decidiu que no ano seguinte iria cursá-lo. Comprou então o livro adotado - do Acadêmico Elon Lages Lima - e tentou entendê-lo, sem muito sucesso. Mesmo assim, no ano seguinte, assistiu às aulas "e tudo aquilo foi se desmistificando", recorda Arbieto. "No final, consegui aprovação no curso com conceito C". A partir dali, comprou mais livros da Sociedade Brasileira de Matemática e pretendia cursar mais disciplinas no IMPA. Porém, o pai foi contratado como professor na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a família se mudou para Florianópolis. Embora continuasse a estudar Matemática, de modo desordenado, sozinho, acabou dispersando sua atenção.

 Embora o pai fosse matemático, Alexander nunca se sentiu pressionado a seguir a mesma carreira, até porque as conversas familiares raramente envolviam a Matemática. De fato, quando estava para prestar vestibular, ficou tentado a seguir a carreira de DJ em festas, com o que trabalhava então. Mas o gosto pela Matemática falou mais alto e quando fez o vestibular já tinha um plano traçado: queria fazer mestrado e doutorado em Matemática e aprender melhor o conteúdo daqueles livros, embora não tivesse ainda a noção do que era pesquisa. Mesmo assim, já na graduação cursada na UFSC, voltou a frequentar os cursos de verão do IMPA, onde foi solidificando sua formação. Vocação e talento também requerem esforço Arbieto cursou o bacharelado em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), junto com o mestrado e o doutorado no IMPA. Completou pós-doutorado pela UFRJ, onde atualmente é Professor Adjunto. Na graduação, Arbieto conta que, de certa forma, ainda encarava a Matemática como "uma coisa divertida" - até o curso de Teoria da Medida com o Acadêmico Claudio Landim. O curso era bem pesado, diferente dos outros cursos em que ele ia razoavelmente bem, sem muito esforço. Ficou apenas na média na primeira prova, o que o forçou - pela primeira vez - a estudar por horas e horas, até tarde, mesmo nos fins de semana e, mesmo assim, conseguir com custo passar com conceito B. Ainda assim, recebeu convite do IMPA para cursar o mestrado. Mas recusou. "O fato de ter me matado de estudar e não ter obtido um A me fez repensar o que era ser matemático. E isto foi decisivo para mim, pois a partir daí vi a Matemática com outros olhos: um misto de trabalho muito árduo com o prazer de aprender argumentos e teorias belíssimas."
LINK ORIGINAL COM O ARTIGO COMPLETO
http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=1165

segunda-feira, 24 de agosto de 2015